Céline Dion, Pequenas Cartas Obscenas e um pouco de terror
Um pouco de tudo, como sempre.
Voltei! Depois de assistir a dezenas de curtas e cinco longas no Festival de Vitória (em breve as entrevistas que fizemos vão sair no 1 Livro, 1 Disco, 1 Filme), selecionei alguns filmes que assisti antes e depois do festival.
I am: Céline Dion (2024; no Prime Video). No clima das Olimpíadas de Paris (aliás, vibrando muito pelos brasileiros por aqui), que contou com a participação de Céline Dion na abertura, finalmente assisti ao documentário que deve figurar ao menos entre os pré-selecionados ao Oscar 2025. Sim, já estou cravando isso por dois motivos: 1) a diretora Irene Taylor já foi indicada ao Oscar pelo curta The Final Inch, em 2009; e 2) a história de Céline é inspiradora demais para passar batido pela Academia. Mas é claro que não é só isso o que mais ressalta na produção: a envolvente narrativa é entrecortada por depoimentos da própria cantora e momentos icônicos de sua carreira, o que dá uma guinada na forma como Irene escolhe por apresentá-la. Passei a gostar ainda mais do documentário quando descobri que a própria diretora não sabia da condição médica de Celine ao começar a produção. Além disso, acho extremamente corajoso o fato de Celine ter autorizado aquele nível de aproximação da câmera — literal e emocionalmente falando.
Pequenas Cartas Obscenas (Wicked Little Letters, 2024; em cartaz nos cinemas). Olivia Colman e Jessie Buckley estão excelentes nessa comédia dramática — às vezes essa definição de gênero não combina tanto com alguns filmes, mas aqui cai como uma luva. Na trama, que se passa numa pequena vila em Littlehampton, os moradores ficam assustados quando descobrem que Edith (Olivia), uma solteirona super religiosa, não para de receber cartas violentas e cheias de palavrões. A principal suspeita é Rose (Jessie), vizinha de Edith e mãe solteira, vista por todos como uma mulher de personalidade forte até demais. O filme transita entre momentos extremamente cômicos e outros bem comoventes, sempre com a magnética presença da dupla principal. A melhor parte é saber que essa história realmente aconteceu. Vale conferir!
A Primeira Profecia (The First Omen, 2024; no Disney+). Tá aí um dos melhores filmes de terror que assisti em tempos. Algumas cenas (especialmente as do ato final) vão ficar na minha memória por algum tempo, tal como O Bebê de Rosemary. Aliás, as semelhanças entre os dois filmes são diversas, mas o filme de Arkasha Stevenson (cuja direção é impressionante para um primeiro longa) consegue manter certo frescor. A Primeira Profecia é uma prequela de A Profecia (1976) e, para quem não conhece a história, é sobre alguns radicais da Igreja Católica que tentam fazer com que o Anticristo chegue à Terra. A atriz Nell Tiger Free, como a protagonista Margaret, está PERFEITA no papel. Sou fã dela desde a série Servant (do AppleTV+, que considero imperdível).
Animale (2024; no REAG Belas Artes, durante o Festival Filmes Incríveis). O festival no Belas segue até o dia 14 e eu ainda tenho mais filmes pra assistir, mas quero destacar Animale, da Emma Benestan, que vai ser exibido hoje e no dia 4 de agosto também. Para evitar spoilers, vou resumir bastante: a história acompanha uma mulher que trabalha com touradas em um vilarejo da França. Até que ela começa a perceber mudanças em seu próprio corpo. Se isso já te chamou a atenção, corre pro cinema! Animale tem um plot twist que eleva a trama consideravelmente. Emma costura as metáforas visuais muito bem, assim como aproveita ao máximo o trabalho da protagonista num cenário que tanto a oprime. O cinema feito por mulheres é magnético e muito, muito bom.
Mostra Gabriel Martins apresenta: propostas para um cinema do futuro. Sou muito fã do trabalho de Gabriel, que emocionou a todos com o belíssimo Marte Um (2022). A partir de hoje, no catálogo da Itaú Cultural Play (IC Play), está no ar a seleção que ele fez com sete curtas-metragens de diferentes estados e que “representam a possibilidade de espreitar por algumas frestas o que pode ser o cinema brasileiro daqui para frente”. Eu, que sou muito fã de curtas, garanto que esse olhar do Gabriel é super relevante. Bora conferir!
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The servant ♥️ ótima! Acho que por aqui pouco se falou sobre jamais vou entender.