Feliz ano novo, queridos leitores! Essa newsletter vai ficar looonga, viu? Tenho muita coisa pra comentar com vocês.
A primeira coisa: eu fiquei devendo a minha lista de melhores séries de TV do ano passado. Não me esqueci, então… aqui vão as produções que eu mais gostei de maratonar:
Shógun
The New Look
Ripley
Fallout
Hacks
Bebê Rena
Acima de Qualquer Suspeita
Ágatha Desde Sempre
Um Dia
Matéria Escura
2025 já começou com vários filmes imperdíveis no cinema. O Auto da Compadecida 2 vem arrasando nas bilheterias nacionais desde dezembro e Baby, de Marcelo Caetano, estreia nesta quinta (9). Baby é um dos melhores longas que assisti no ano passado e espero que vá muito bem nas telonas.
É um belo filme que pulsa São Paulo e todos os seus dissabores, bem como todas as suas belezas (que quase sempre estão escondidas à primeira vista). Os atores João Pedro Mariano e Ricardo Teodoro são perfeitamente complementares: Baby (Mariano) é um jovem protagonista convivendo com a inquietude diante da nova rotina que se abre após a prisão, enquanto Ronaldo (Teodoro), mais velho, escolhe focar a sobrevivência diária na grande cidade. É como se o filme fosse um novo “Pixote”, mas um tanto mais otimista porque, ao fazer uma imersão no ponto de vista do protagonista, Marcelo Caetano traz respiros que indicam um horizonte com certa esperança. E que também exaltam a capacidade e coragem de Baby em adaptar suas escolhas com base nas suas experiências — ou, simplesmente, na maturidade que conquista pouco a pouco.
Falando em Baby… tem Babygirl entrando em cartaz a partir de amanhã também. Super indico essa dobradinha, inclusive. A diretora e roteirista do filme, Halina Reijn, coloca Nicole Kidman num papel desafiador. Ela interpreta a CEO de uma empresa que se envolve com um estagiário (Harris Dickinson, de Triângulo da Tristeza). Inverta os papéis e você tem uma história comum no mundo masculino, não? Pois é. A provocação da diretora começa aí, mas não é bem desenvolvida. Na minha opinião, o filme fica preso no jogo de sexo e poder entre Romy e Samuel e, ao contrário da expectativa criada no início, nada de concreto sai dali. Além disso, a tensão entre os dois é sempre cortada por uma montagem que não valoriza os momentos mais provocantes. Me frustrei um pouco com Babygirl e com seu impacto pela metade, confesso.
Agora, se tem um filme que me agradou do início ao fim, esse filme é Nosferatu. Robert Eggers só tem grandes produções em seu currículo e eu estava extremamente ansiosa pra conferir sua visão sobre o vampiro. Fico feliz em ver que o resultado deu certo.
E antes de falar sobre a história em si, queria falar sobre os aspectos técnicos. Afinal, o design de produção, a trilha-sonora, a fotografia e os figurinos (!) são absolutamente fantásticos e nos ajudam a mergulhar naquele universo denso e sombrio. É sempre um deleite encontrar filmes que conseguem ser completos em absolutamente todos os aspectos, e Nosferatu é isso. Tudo nele grita perfeição, mas não num sentido pedante: tudo está ajustado pra proporcionar a melhor experiência possível a quem quer que seja. É como se fosse um paraíso gótico de muito bom gosto.
A atuação do elenco também ajuda — e muito — a subir o nível da produção. Minha grande surpresa foi com Lily-Rose Depp, que interpreta Ellen. Ela é o coração da história, ao contrário do que o título indica. Afinal, é ela quem está presa numa dinâmica que a oprime sexual e socialmente desde muito nova. Mas é ela quem também toma as rédeas da situação com Nosferatu, surpreendendo a todos os homens ao seu redor. Pra quem já conhece a história clássica e ainda não conferiu a nova versão nos cinemas, pode esperar por uma releitura que respeita o clássico, na qual os personagens (especialmente Ellen) abraçam a escuridão sem medo. Eggers, na direção, faz o mesmo.
Esqueci de alguma coisa? Ah, é… vocês viram a Fernanda Torres totalmente premiada no Globo de Ouro? Aposto que sim. Até eu fiquei surpresa, apesar de que uns dias antes da premiação eu comecei a pensar que ela realmente poderia ter chances. Deu no que deu.
Vocês gostaram dos vencedores?
Ao desbancar grandes atrizes como Angelina Jolie e Tilda Swinton (ambas em belíssimos papéis em Maria e O Quarto ao Lado), fico extremamente orgulhosa de ver Fernanda representando o nosso país mundo afora.
Se ela será indicada ao Oscar 2025, ainda não dá pra cravar. Falei no meu Instagram esses dias que a gente tem, no mínimo, uns 8 nomes cravados na temporada. Tem Cynthia Erivo e Pamela Anderson prontas pra surpreender, Karla Sofía Gascón marcando presença em todas as premiações, tem Angelina Jolie, Nicole Kidman, a ótima Mikey Madison… e isso sem contar com Demi Moore despontando como a possível favorita depois de seu grande discurso no Globo de Ouro. A gente sabe que a Academia adora boas histórias, e a trajetória de Demi é perfeita pro Oscar.
Enfim, são muitas opções. A categoria de Melhor Atriz será uma grande dança das cadeiras até os indicados ao Oscar serem divulgados, em 17 de janeiro. Vamos esperar e torcer!
Até a próxima!
Doida para assistir Nosferatu!!
Fernanda no Oscar, vai Brasil!
Fiquei muito feliz que curtiu Nosferatu! Também saí muito satisfeito do filme. Vamos torcer muito pra Fernandinha no Oscar agora, eu quero acreditar 🤞🤞